RESENHA: HELLLIGHT - As We Slowly Fade (2018)
21/01/2019 20:17 em Resenhas

 

 

 

 

 

 

HELLLIGHT - As We Slowly Fade

Label: SOLITUDE PRODUCTIONS - Clique aqui para acessar o site 

(lançado em versão nacional pela MUTILATION RECORDS)

 


HISTÓRICO

Formada no ano de 1996 na cidade de São Paulo, a HELLLIGHT rapidamente tornou-se um dos expoentes do Funeral Doom Metal mundial.

Responsável por alguns dos clássicos do estilo, como os álbuns “Funeral Doom” (2008), “No God Above, No Devil Below” (2013) ou “Journey Through Endless Storms” (2015), o trio formado por Fabio de Paula (guitarras, vocais e teclados), Alexandre Vida (baixo) e Renan Bianchi (bateria) acaba de lançar “As We Sloly Fade” pela gravadora SOLITUDE PRODUCTIONS (tendo sua versão nacional lançada pela gravadora MUTILATION PRODUCTIONS). 

 

ANÁLISE

Três anos após o excelente “Journey Through Endless Storms”, a paulistana HELLLIGHT apresenta “As We Slowly Fade”.

Se para muitos o Funeral Doom Metal precisa de um clima para ser apreciado, este momento é brilhantemente construído na intro do álbum. Uma das melhores que já ouvi, consegue perfeitamente sintetizar o que ouviremos em pouco mais de sessenta minutos de uma viagem para o mais profundo que a alma possa atingir.

A faixa-título vem a seguir mostrando porque a HELLLIGHT é uma das referências do Funeral Doom mundial: Os teclados de início preparam o ouvinte para o instrumental pesado, característica da banda, que facilmente conduz para a angústia decantada aqui. Riffs cativantes, com uma linha de baixo e bateria impressionantes fazem desta uma música obrigatória. As variações vocais de Fabio de Paula continuam sendo outro destaque da banda. Perfeitas!

O clima continua em “While the Moon Darkness”, onde em momentos ainda mais intensos, percebemos que a atual formação como um trio (além do já citado vocalista Fábio, completam o time o baixista Alexandre e o baterista Renan) manteve o alto nível da banda. Não por menos, esta formação também esteve presente no álbum anterior, concedendo ainda mais maturidade musical. E como o clima aqui é ainda mais superlativo! Um dos melhores momentos do álbum é composto por melodias que retratam muito bem o clima depressivo e soturno que a alma exala. A linha de teclados, ora angustiante, ora intimista conduz o viajante a esferas nunca atingidas. Impossível não sentir aquela angústia que impacta a alma sempre que a música chega em seu andamento mais lento possível. Um primor raramente encontrado!

O teclado é protagonista novamente no início de “The Ghost”, onde a banda continua sua viagem até o mais profundo sentimento do ser, traçando um paralelo com as dores silenciosas e existenciais de cada um. Clima perfeito para que a banda continue explorando toda sua dilatada técnica. Técnica esta que é sentida (veja: muito mais que apenas ouvir, é impossível estar diante desta obra e não sentí-la!) sempre que há um novo andamento de forma brilhante na mesma música. Aumente o volume e sinta este momento!

Poucas bandas conseguem ter tanto o controle sobre as composições como a HELLLIGHT. Há uma profusão de ideias maravilhosas em poucos minutos, transformando meras canções em obras acima da média. 

Um dos melhores momentos do álbum ilustra exatamente um dos momentos mais angustiantes da humanidade. “Bridge Between Life and Death” narra os últimos momentos de uma alma atormentada entre o pouco que lhe resta e o que está por vir. Mais uma vez temos uma letra interessantíssima sendo complementada pela sonoridade perfeita para tal. É impressionante o timing visto em “As We Slowly Fade”. Que os membros são excelentes músicos, todos sabemos. Agora, a coesão vista aqui é algo que engrandece ainda mais a obra.

A penúltima faixa do álbum, “The Land of Broken Dreams” traz uma das melhores surpresas até aqui. A participação especial mais que especial de Samej Coatl (MYTHOLOGICAL COLD TOWERS). E este encontro resultou em um momento ímpar. Impossível chegar até aqui e não se emocionar perante a grandiosidade desta obra.

O encerramento de “As We Slowly Fade” se dá com a faixa “Ocean”. Esqueça todos os adjetivos usados até aqui. Nenhum deles foi suficiente para demonstrar a sensação esplendida que temos ao ouvir “Ocean”. A participação especial de Yelenia Saria, num dueto vocal impressionante com os vocais clean de Fábio de Paula ajudam a construir um dos momentos soberbos desta longa jornada chamada HELLLIGHT. Apenas ouvindo para ter exata noção...

 

VEREDITO

Estou impressionado.

A qualidade, a sonoridade... Tudo ouvido aqui é estrondoso demais.

Se o álbum anterior já beirava a perfeição, a HELLLIGHT conseguiu aqui criar sua melhor obra até então.

Músicas altamente inspiradas e emocionantes, executadas por uma banda coesa, que superou toda e qualquer problema de formação buscando forças em seu próprio interior. Como a mensagem deste disco, que ilustra toda angústia diária de cada um e sua viagem até o final desta jornada. As participações especiais (três ao total, já que não citamos a brilhante participação de John Suffering na faixa de abertura) acrescentaram ainda mais a este que é um álbum memorável.

Você não tem desculpas para não adquirir este disco, pois é, sem dúvida, um dos clássicos do metal extremo mundial.

  

NOTA

O único pormenor fica para a qualidade da impressão do encarte na versão nacional. O encarte muito bem elaborado teve algumas partes prejudicadas pela impressão, afetando a leitura em alguns momentos. Mas nada que arranhe o brilhantismo aqui. Nem de perto!

 

(Daniel Aghehost)

 

 

 

 

Track-List

1.Intro

2.As We Slowly Fade

3.While the Moon Darkens

4.The Ghost

5.Bridge Between Life and Death

6.The Land of Broken Dreams

7.Ocean

 

 

 

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