PRIMEIRAS IMPRESSÕES: MESSIAH - Christus Hypercubus (High Roler Records)
02/03/2024 12:43 em Resenhas

MESSIAH - Christus Hypercubus

(High Roller Records)

 

 

 

INTRODUÇÃO

Um dos maiores expoentes do Death/Thrash suíço, a veterana MESSIAH iniciou suas atividades no ano de 1984, tendo lançado seu primeiro trabalho, o aclamado “Hymn to Abramelin” dois anos depois. Tendo em sua formação atual Brögi (guitarras), Patrick Hersche (baixo), Steve Karrer (bateria) e os novatos V.O. Pulver (guitarras) e Marcus Seebach (vocais), a banda acabou de lançar seu sétimo álbum, “Christus Hypercubus” (High Roller Records)

 

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

A jornada musical da MESSIAH, banda veterana do thrash metal suíço, alcança um novo pico com o lançamento de “Christus Hypercubus”. Emergindo das cinzas de um hiato significativo, o grupo reafirma sua presença no cenário do metal com um álbum que não apenas presta homenagem aos seus gloriosos dias de outrora, mas também empurra os limites de sua sonoridade para um futuro audacioso e inexplorado. Este trabalho, marcado pela tragédia da perda e pela resiliência na superação, emerge como um testamento da inquebrável paixão da MESSIAH pelo metal, delineando um capítulo vibrante na saga da banda.

Desde os primeiros acordes de "Sikhote Alin", fica claro que “Christus Hypercubus” é uma obra de arte meticulosamente construída. A banda, embora enraizada nas tradições do thrash e do death metal, não hesita em explorar territórios sônicos desconhecidos, criando uma experiência auditiva que é ao mesmo tempo familiar e surpreendentemente nova. A incorporação de Marcus Seebach nos vocais, após o trágico falecimento do ex-vocalista Andy Kaina, adiciona uma nova dimensão de intensidade e fervor, garantindo que tudo continue tão poderoso e penetrante quanto sempre foi.

A produção de “Christus Hypercubus”, realizada pela dupla R.B. Brögi e V.O. Pulver, brilha com uma qualidade que é simultaneamente crua e refinada. Cada faixa do álbum, desde a pulsante "Centipede Bite" até a sombria "Speedsucker Romance", é uma mostra do artesanato sônico superior da banda. Os solos intricados de Brögi e os ritmos contundentes proporcionam uma jornada audível que é tão cativante quanto complexa, evidenciando a habilidade da banda em tecer melodias densas com uma precisão quase cirúrgica.

O álbum transcende o mero ato de fazer música; é uma exploração filosófica da existência humana através da lente do metal extremo. A banda convida o ouvinte a contemplar o conceito de tempo futuro em um modelo quadridimensional, imbuído com a densidade faminta de um vazio negro. Essa abordagem temática, embora enigmática, serve como um pano de fundo rico para a tapeçaria sonora de “Christus Hypercubus”, enriquecendo cada faixa com camadas adicionais de significado e emoção.

O álbum não é apenas uma coleção de canções; é uma narrativa coesa que se desenrola com cada riff e verso. As duas partes de "The Venus Baroness" encapsulam perfeitamente essa narrativa, oferecendo um final épico que é tanto uma celebração da habilidade técnica da banda quanto uma reflexão sobre sua jornada até agora. Essas faixas, juntamente com o restante do álbum, refletem uma maturidade musical que só pode ser alcançada através de décadas de experimentação, desafio e dedicação.

“Christus Hypercubus” não é apenas um marco na discografia da MESSIAH; é um farol para o futuro do thrash e do death metal. A banda conseguiu equilibrar perfeitamente a energia implacável de seus primeiros dias com uma estrutura sonora que beneficia cada hino presente no álbum. O resultado é uma obra-prima do metal que é ao mesmo tempo brutalmente pesada e intricadamente composta, um testemunho da capacidade da banda de evoluir sem perder de vista suas raízes.

 

 

VEREDITO

“Christus Hypercubus” é uma vitória estrondosa para a MESSIAH. O álbum solidifica a posição da banda como titãs do underground, provando que, mesmo diante de adversidades, sua chama criativa arde mais forte do que nunca. Combinando a energia inabalável dos primeiros dias com inovações sônicas que desafiam as expectativas, a MESSIAH não apenas honra seu legado, mas também pavimenta o caminho para o próximo capítulo de sua evolução musical. “Christus Hypercubus” não é apenas um álbum para os fãs da MESSIAH; é uma obra obrigatória para qualquer um que valorize a arte do metal extremo feita com paixão, precisão e profundidade.

 

(Daniel Aghehost)

 

8.8/10

 

TRACK LIST

1. Sikhote Alin

2. Christus Hypercubus

3. Once upon a Time... Nothing

4. Speed Sucker Romance

5. Centipede Bites

6. Please Do Not Disturb (While I'm Dying)

7. Soul Observatory

8. Acid Fish

9. The Venus Baroness I

10. The Venus Baroness II

 

 

 

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