RESENHA: INVOKER – The Dark Acts (1988 – 1991) (2019)
20/05/2019 19:51 em Resenhas

  

 

 

 

INVOKER – The Dark Acts (1988 – 1991)

Label: HAMMER OF DAMNATION (clique aqui para acessar o site da gravadora)
 



HISTÓRICO

Tendo sua origem na cidade de Barbacena/MG, a entidade INVOKER surgiu no final dos anos 80 trazendo para o underground uma das sonoridades mais obscuras e climáticas até então.

Tendo em sua formação membros que passaram por outras grandes bandas da região, a INVOKER lançou algumas das demos mais importantes do cenário nacional, como "Chapel of Invocation", "The Dark Acts" ou "Rites of the Prophetic Winds" (todas lançadas em 1990), a banda teve um primoroso resgate de sua obra feito pela gravadora HAMMER OF DAMNATION no álbum "The Dark Acts (1988 - 1991).

 

ANÁLISE

Uma atitude louvável da gravadora Hammer of Damnation (prática adotada também por outras poucas gravadoras) é o trabalho arqueológico em busca de materiais que fizeram a história do underground.

E “The Dark Acts (1988 – 1991) é isto. A história do underground em nove faixas. 

Esta compilação abre com a demo “Church of Devil’s Worship” (1991) e é impossível não voltar ao tempo logo nos segundos iniciais da “Intro/Chapel of Invocation”. Uma atmosfera única, carregada de enxofre toma conta do ambiente à medida em que as notas blasfemam pelos alto-falantes. 

Tudo aqui é sujo demais. Intenso demais. 

E ao mesmo tempo, magistral!

Certa vez, por volta de 1990, um amigo de Belo Horizonte esteve em minha cidade natal e, conversando sobre o cenário que se desenrolava nesta cidade, eis que ele vira e diz: “Os caras de Belo Horizonte são pacíficos perto dos caras de Barbacena. O verdadeiro metal da morte acontece nesta cidade!”.

Isso me fez ir atrás do que acontecia ali e, a cada nova banda descoberta, minha paixão pelo metal obscuro se solidificava cada vez mais.

Por isto, ouvir novamente faixas como “Church of Devil’s Worship ou “The Satanist” arrepiam qualquer um que sabe qual o verdadeiro significado do Black Metal.

Por sinal, “The Satanist” até hoje espanta pelos riffs ultra pesados, num andamento que impressiona. 

O começo abafado de “Lost” comprova: Sim! Estamos novamente na adolescência ouvindo a INVOKER em fitas cassetes. Ponto para o trabalho de produção que manteve a crueza original do material.

Como se não bastasse, na sequência temos duas faixas retiradas de antigos ensaios da banda: “Demoniac Pain/Remains of God” e “Death Metal”. E aqui conseguimos captar porque a INVOKER fez história no underground nacional. O extremismo aqui é tão verdadeiro que pouquíssimas bandas (até hoje!!!) conseguiram captar um pouco desta magia. 

De verdade. Não há como ouvir estas faixas sem libertar a essência natural de cada um. 

Fechando o disco, temos a demo “The Dark Acts” (1990). E aqui, meus amigos, as coisas perdem o controle. Primeira demo que ouvi da INVOKER, a “The Dark Acts” é minimamente perfeita!

Numa gravação ainda melhor que as anteriores, aqui o Black Metal nacional toma forma. Logo após a soturna “Intro/Dawn of Frozen”, temos todo o peso de “Satanic Nocturnal Legions” constituído pelos riffs de outro mundo executados por Flagelo que, somados aos vocais insanos de Asaradel (também baterista) criam o clima perfeito para o verdadeiro anticristianismo. Desde que ouvi esta demo pela primeira vez sempre mencionei a INVOKER como uma das maiores bandas que o metal negro já produziu.

A agonia e a blasfêmia seguem em “The Dark Acts”. A faixa título é também a que encerra esta compilação. De andamento também arrastado (os riffs desta música só podiam ser gerados por almas doentias), porém ainda mais ritualística, seus mais de oito minutos destilam um negro veneno a todo aquele que ignora a verdadeira história do Black Metal.

 

VEREDITO

“The Dark Acts (1988 – 1991)” é um registro histórico.

Se você vivenciou esta época e conhece muito bem a atmosfera única que o Black Metal era capaz de produzir, este disco torna-se item obrigatório.

Ainda mais para pessoas como eu, que possuía a demotape, porém, com o passar dos anos, a perdeu. Agora, se tens pouca idade, mas, mesmo assim, és um admirador da história do Black Metal nacional e respeita suas bandas histórias, este material também é um item obrigatório.

Se seu lance é ouvir apenas as bandas da semana “sugeridas” pelo Spotify, passe longe pois aqui encontrará apenas o verdadeiro ódio à sociedade judaico-cristã.

 

NOTA FINAL

Conhecida por trabalhos de excelente acabamento final, a gravadora HAMMER OF DAMNATION mostra (como sempre) que entende verdadeiramente do underground ao fazer aqui um trabalho minimalista, simples, mas que resgata exatamente a alma das artes antigas.

Excepcional!

 

(Daniel Aghehost)

 

 

 

 

TRACK-LIST

1.Intro - Chapel of Invocation

2.Church of Devil´s Worship

3.The Satanist

4.Lost

5.Demoniac Pain / Remains of God

6.Death Metal

7.Intro (Dawn of Frozen)

8.Satanic Nocturnal Legions

9.The Dark Acts

 

 

 

 

 

 

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